A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença crônica, autoimune e degenerativa. Autoimune porque é o próprio sistema imunológico que fica desorientado e ataca células saudáveis do organismo, ocasionando lesões no sistema nervoso central. Degenerativa porque a situação de pessoas com a doença pode piorar a partir dos anos.
No início, ela é bastante sutil e aparece de forma imprevisível, causando uma Síndrome Isolada, ou seja, com sintomas de incapacidade motora, sensorial, visual ou fadiga.
Muita gente passa anos apresentando esses pequenos problemas sem dar a importância necessária, pois são sazonais. Mas com a piora do quadro clínico o paciente pode sofrer de atrofia cerebral (perda de massa cerebral), perda de movimentação, fala e capacidade visual.
Atinge cerca de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo e a causa ainda é desconhecida. Sabe-se que a doença é 2x mais relatada em mulheres do que em homens e diagnosticadas em 70% dos casos nas pessoas entre 20 e 40 anos. Existem estudos onde é sugerido que fatores genéticos e o ambiente em que a pessoa vive pode desencadear maiores chances de desenvolvimento da esclerose múltipla. É mais comum nas regiões da Europa, América do norte, Nova Zelândia e Austrália. Pessoas de ascendência asiática e africana tem menos chance de desenvolver esse mal. O motivo ainda é desconhecido por especialistas.
Tipos de Esclerose Múltipla
Existem duas fases principais, são elas:
1ª fase: Remitente Recorrente: forma mais usual, quando ocorrem sintomas a partir de surtos que duram dias ou semanas, com recuperação total ou parcial.
2ª fase: Progressiva: os sintomas pioram de forma gradual, sem intervalos.
Você sabe como cuidar de alguém com Esclerose Múltipla?
Antes de tudo é importante ressaltar que a doença não é contagiosa e não tem cura. Entretanto, o tratamento adequado diminui satisfatoriamente os sintomas e atrasa a progressão da doença.
Para retardar a 2ª fase da doença é feito uso de remédios, como corticosteróides para reduzir a intensidade dos surtos e os imunossupressores e imunomoduladores aumentam o espaço de tempo em que os surtos acontecem.
Pessoas com EM devem adotar cuidados especiais na hora de viajar, pois ficam intolerantes a climas muito quentes e assim acontece uma piora nos sintomas de fadiga, dor e sonolência. Além disso, deve-se evitar o estresse durante o roteiro de viagem, jornadas longas podem causar maior irritação em pacientes com a doença, por possuírem maior sensibilidade a estresses. Outro cuidado importante é o transporte de medicamentos, que deve ser mantido em temperatura ambiente e possuir declaração justificada do médico, inclusive em viagens ao exterior.
Terapias e cuidados complementares
Fisioterapia
Ela pode ajudar nas atividades motoras, uma vez que movimentos foram comprometidos de forma parcial, o fisioterapeuta alivia a rigidez muscular a partir de alongamentos. Atividades relacionadas a desenvolvimento de exercícios para aumentar força e controle dos membros fazem parte dos cuidados desse profissional.
Fonoaudiologia
O fonoaudiólogo auxilia os pacientes corrigindo problemas de fala e deglutição (ato de engolir algo). Como dito anteriormente, a Esclerose Múltipla pode causar perda de capacidade da fala.
Psicologia
Quando alguém descobre que está com EM, fica confuso e por vezes deprimido. Compartilhar seu problema com outros, gera apoio emocional e fortalece mentalmente a pessoa.
Terapia Ocupacional
Facilita a realização de atividade cotidianas. O terapeuta busca restaurar autonomia e independência em cada indivíduo que cuida. A terapia ocupacional é o tratamento por meio de funções básicas, como lavar, passar, preparar alimentos, entre outros.
A doença e seus sintomas variam muito de pessoa para pessoa, por isso cada tratamento deve ser feito de forma atenciosa e única. Uma vez em que controlada a EM, a pessoa leva uma vida tranquila e instável.