O Home Care é, hoje em dia, uma das principais razões para a redução de desgastes familiares, melhoras em tratamentos paliativos, aumento da felicidade dos pacientes, economia de leitos em hospitais, maior autoestima de pacientes, menor tempo de duração do tratamento, maior contato do paciente com a sua família e inúmeras outras vantagens.
Mas você sabe como surgiu o Home Care?
Apesar de não ser considerado o primeiro tratamento médico a domicílio da história, já que houveram doenças infecto-contagiosas no passado que forçavam o tratamento em casa, o Home Care propriamente dito teria surgido nos Estados Unidos há mais de um século, como um serviço informal de cuidadores de idosos e enfermos.
Assim como outros países, os EUA tinham diversos problemas com doenças contagiosas e altas taxas de mortalidade, fazendo com que muitos tratamentos fossem forçosamente realizados no próprio lar do paciente, por parentes e entes que se disponibilizavam para cuidar de enfermos, mas que muitas vezes não tinham qualquer conhecimento técnico e específico de medicina e enfermagem.
Havia uma dificuldade tremenda por parte destes entes em relação ao conhecimento específico e a técnica necessárias para apoio de doentes, que foi facilitada com a chegada das Enfermeiras Treinadas, profissionais de enfermagem que tinham papel de cuidadores informais, disponibilizadas por planos de saúde e hospitais na época.
Esses profissionais normalmente tinham condições precárias de trabalho, visitando diversas casas por dia com visitas a U$2, trabalhando cerca de 18 horas por dia. Apesar disso, procuravam prestar os cuidados necessários para pacientes debilitados e suas famílias.
Antes de se tornarem exclusivamente cuidadoras, porém, já havia serviços de enfermeiras visitantes e doulas, que ajudavam novas mães durante o parto e instruiam-nas nos cuidados com seus filhos, ensinando cuidados básicos para lidar com possíveis problemas de saúde no futuro.
No Brasil, a enfermagem só se tornou profissão em 1922, quando foi fundada a Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública, baseada nos modelos da Escola Florence Nightingale, a primeira escola de enfermagem do mundo.
O início do auge do Home Care foi entre 1955 e 1964, nos EUA, quando a mortalidade urbana já era muito baixa e as doenças infecto-contagiosas foram sendo substituidas por outras mais graves, crônicas e degenerativas. Com os custos de tratamento e de leitos em hospitais altíssimos, o Home Care teve um aumento significativo em sua demanda, fornecendo serviços baseados em cuidados hospitalares, serviços para a comunidade e de apoio ao lar.
Mas foi só na década de 70 que o Home Care passou a ser visto por gestores de Planos de Saúde como uma ferramenta para redução de custos, fornecendo cuidados e atenção exclusiva para seus pacientes como alternativa ao internamento hospitalar. Nessa época também que se extenderam os serviços de Home Care também aos jovens que sofriam de alguma deficiência física ou debilidade.
A primeira agência de Home Care no Brasil foi fundada só em 1986, no Rio de Janeiro, chamada Geriatric’s Home Care. Ela impulsionou a aprovação da lei nº 8080 de 19 de setembro do mesmo ano, que regulamentava a assistência domiciliar gratuita através do SUS.
Com os avanços tecnológicos da década de 90, foi possível expandir os serviços disponíveis pelas empresas de Home Care, incluindo desde a enfermagem particular, até terapias ocupacionais, respiratórias, fonoaudiologia, assistência social, nutricionistas, serviços de laboratório, odontologia, exames a domicílio, e muitos outros.
Em 1998, foi realizado o I Simpósio Brasileiro de Assistência Domiciliar (SIBRAD). Nele discutiram-se aspectos relevantes para a assistência domiciliar nos setores públicos e privados da época, impulsionando ainda mais o crescimento deste serviço no país.
Já nos anos 2000, surgiram a resolução número 270 do Conselho Federal de Enfermagem, que regulamentava as empresas e serviços de Enfermagem Domiciliar; a resolução número 386 do Conselho Federal de Farmácia, que atribuiam a equipes multidisciplinares permissões para realizar serviços farmaceuticos; e a resolução número 1668/2003 do Conselho Federal de Medicina que regulamentava as normas técnicas de serviços de assistência domiciliar e atribuia aos profissionais as responsabilidades de interface multidisciplinar. Só em 2006 que a Anvisa publicou a resolução RDC nº 11, com regras para serviços de saúde de assistência domiciliar.
Apesar de já um pouco antigo no Brasil, o Home Care passou por inúmeras dificuldades para se estabelecer, devido à dificuldade de regulamentação pelos orgãos necessários e pelas barreiras impostas por outros conselhos e por outros profissionais da área da saúde.
No momento atual, o Home Care no Brasil se encontra em sua “adolescência”. Mesmo com a iniciativa de profissionais da saúde das mais diversas áreas, incluindo médicos, enfermerios, terapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas e farmaceuticos, de inserir os tratamentos inovadores e revolucionários de assistência domiciliar, poucos conhecem e entendem profundamente sobre o Home Care.
Se você quer conhecer mais sobre os serviços de Home Care e suas vantagens, leia nosso artigo Por que ter Home Care em casa?.
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